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Série | American Gods - S01E06


Gênios, Leprechauns, Zumbis, deuses romanos e... Jesus!

Fala pessoal!

Mais um episódio da série American Gods, baseada nos livros de Neil Gaiman na nossa análise especial.

O episódio de hoje foi um episódio de ligação e vocês já vão saber o porquê. Algumas revelações, motivações e direcionamentos bem legais para refletirmos.

S01E06 - A Murder of Gods

Data de lançamento: 04/06 (EUA) / 05/06 (Brasil)
Exibido por: STARZ (EUA) / Amazon Prime (Brasil)

Não, você não leu o título errado. A tradução seria algo como "Assassinato de Deuses" e não podia ser melhor aplicado neste episódio.

Nas mitologias, embates entre deuses não são incomuns. Na batalha de Troia, como contada por Homero na Ilíada, vemos isso muito bem, quando o destino da cidade é praticamente resumido a disputa entre os deuses, enquanto a batalha acontece nos portões de Troia. Temos outros exemplos na mitologia grega, romana, nórdica, egípcia, etc. American Gods explora isso bem, mas até o momento o embate estava resumido a deuses novos e antigos. O que vimos neste episódio foge um pouco disto.

Como de costume, o episódio começa com uma introdução de alguma divindade. Diferenciando dos demais episódios, neste não vemos deuses ou civilizações antigas. Temos um grupo de mexicanos atravessando um rio para chegar aos EUA. Várias famílias, incluindo idosos e crianças, lutam para chegar a uma terra de promessas, atravessando a noite e os perigos de um rio para conquistar seu lugar.

Então somos apresentados a um homem que salva um mexicano do afogamento. Como? Ele caminha sobre as águas.



Sim, todo o ato mostra uma devoção dos mexicanos pela fé cristã, mas o nome "Jesus" não é mencionado. Mas fica claro, não somente por esta demonstração clara, fazendo referência a passagem bíblica, mas pelo que ocorre em seguida. Os mexicanos são abordados por ferozes agentes americanos, que disparam contra eles sem dar nenhuma chance de defesa. O homem que entendemos ser Jesus é baleado e cai morto no chão. Seus braços se estendem como se ele estivesse numa cruz e uma mancha de sangue no formato do coração aparece em seu peito. Fica bem claro de quem se trata, mas novamente a série apenas faz uma breve apresentação, provavelmente para utilizar posteriormente.

O episódio prossegue com os acontecimentos logo após a cena da delegacia, onde Shadow conheceu o Mr. World. Vemos que Shadow continua questionando Wednesday, mas ele responde de forma evasiva. Em um dado momento notei que ele responde com algo do tipo "você não acreditaria" e aqui penso que os deuses precisam de crentes, pessoas que acreditem neles para que o seu poder realmente seja potencializado. Num momento do episódio fica claro o sentimento dos deuses pelos crentes, mostrando a real necessidade disso ocorrer.

Podemos perceber também que Wednesday, por algum motivo, não ficou muito feliz com o retorno de Laura. Fique com a pulga atrás da orelha pensando que talvez não fosse a ideia de Wednesday que Shadow tivesse sobrevivido. Uma vez isso ocorrendo, ele mudou seus planos. Outra hipótese que surgiu é que Laura pode ter sido uma espécie de sacrifício para Odin. No episódio 4 vemos que na cena da morte dela haviam corvos voando sobre o carro. E já pudemos perceber que ele consegue se comunicar com seus corvos. São eles quem avisam que Laura estava por perto quando Wednesday leva Shadow embora do motel em que estavam neste episódio.

O ato de Laura, junto com o Leprechaun Mad Sweeney e o taxista Salim, que procura pelo gênio que lhe deu "vida nova", é meio que para dar um gancho na história e não teve um impacto, mostrando os sentimentos de Laura pela família e a transformação dela, que parece perceber que depende de Shadow para viver ou talvez de alguém mais. Acredito que Jesus, sendo um homem que ressucitou, pode entrar nesta parte da história e interagir com ela.

Vemos que Odin utiliza seus conhecimentos para curar Shadow de um ferimento causado pela estranha árvore na delegacia. Ao que tudo indica, a árvore também era uma entidade consciente que acabou se rendendo aos novos deuses para ter seu lugar na modernidade, sacrificando suas florestas.

Não encontrei uma cidade americana chama Vulcan, na Virginia, mas isso não é problema. O fato é que Shadow e Wednesday chegam a Vulcan, uma cidade pitoresca, cujos moradores andam com suas armas em punho. Uma cena de uma imensa fábrica é mostrada e revela que um homem morre na forja, queimado em metal derretido que seria utilizado para fabricar armas e munições, todos com a marca Vulcan.

E então somos apresentados ao Vulcan em pessoa. Um homem de aparência idosa, um pouco mais jovem que Wednesday, e que conduz um curioso funeral (do homem que havia morrido em sua fábrica). Vulcan chama Wednesday de Grímnir e se ainda havia alguém que duvidava de sua real identidade, Grímnir é um outro nome para Odin. E quanto ao homem dono da fábrica, acredito que facilmente seja identificado como Vulcano, forma romana do deus grego Hefesto, deus das forjas, dos vulcões e outras atribuições.



Achei legal fazerem Vulcan ter dificuldade para andar, uma vez que, segundo o mito, Júpiter lançou Vulcano do monte Olimpo e por isso o deus ficou coxo.

O prosseguimento do ato mostra que na verdade Vulcan havia feito um acordo com os novos deuses. Se vocês se lembram, Mídia e World ofereceram um acordo para que Odin pudesse ser adorado na Koreia do Norte. Vulcan fez um acordo semelhante. Ele produzia armas e cada vez que elas eram usadas sua existência era adorada e afirmada, mesmo sem que as pessoas soubessem. Ele ganhou uma cidade e uma legião de adoradores, mas traiu os deuses antigos, inclusive entregando Odin e seus planos.

Porém, Vulcan forja uma espada praticamente perfeita antes de revelar sua real conduta. Não entendi muito bem, mas parece que no fundo Vulcan acaba sendo leal e traidor ao mesmo tempo. Quando a verdade é revelada Odin corta a cabeça de Vulcan então o empurra, fazendo o deus cair em sua própria forja, muito parecido com o mito original.

Achei este episódio como um episódio de ligação pelo simples fato de que pouco pudemos perceber do real objetivo do roteiro. As menções da guerra e da necessidade dos deuses irem a Wisconsin fica meio que em segundo plano. Fora que a história cruzada de Laura, Sweeney e Salim ficou apenas de forma introdutória, assim como as várias questões de Shadow, que ainda reluta em acreditar e tudo o que vê. De forma que os demais capítulos devem ser mais focados no objetivo principal, trazendo mais revelações, principalmente porque Shadow ainda está num papel que parece ser secundário em todo o contexto.

Mas teremos que aguardar para ver.


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