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Review | A Silent Voice - Koe no Katachi


Merecia um Oscar... sem mais...
Fala pessoal!

Hoje trago a este humilde blog o review de um filme animado que me chamou a atenção desde o trailer e se mostrou realmente bom do início ao fim, abordando temas complexos e atuais com muita profundidade e maturidade.

Koe no Katachi (A Silent Voice ou The Shape of Voice, em Inglês, e A Forma da Voz, em tradução livre), traz no seu roteiro dilemas que num primeiro momento podem parecer infantis, mas que provocam muita reflexão. Baseado no mangá de mesmo nome, publicado entre Agosto de 2013 e Novembro de 2014 na revista Bessatsu Shönen Magazine. O filme foi lançado em 17 de Setembro de 2016, no Japão.


O filme conta a história de Shoya Ishida, um garoto bastante desobediente e muito travesso. Ele é um garoto conhecido na escola que frequenta, tendo uma fama de desordeiro já conhecida inclusive pelos professores. Um dia, uma jovem menina ingressa nesta escola e é apresentada aos demais alunos. E é neste primeiro momento que o roteiro começa a ficar mais profundo. A apresentação da jovem ocorre desta forma:

- Olá, eu me chamo Shouko Nishimiya. Eu não posso ouvir.

O primeiro impacto causado na turma é de total pavor diante do desconhecido. Shouko escreve estas palavras em um caderno, o qual era a forma mais utilizada pela menina para sua comunicação.

A jovem menina de olhar doce acaba causando um mal estar nos colegas de classe. Talvez por não saberem como reagir diante daquela situação, Shouko começa a sofrer um bullying extremo, com situações que iam desde empurrões até a ter seus aparelhos auditivos jogados fora. Grande parte deste bullying era liderado por Ishida, que achava a garota estranha demais. Tudo fica pior quando a classe participa de um festival de coros. Os alunos acabam por culpar Shouko e sua voz "estranha" pela derrota no festival, o que agrava a situação toda.

Finalmente Shouko acaba sendo forçada a se mudar de escola, diante de vários aparelhos auditivos quebrados e marcas deixadas pelos alunos nos ataques a garota.

Com a descoberta, Ishida e seus amigos acabam sofrendo punições e a amizade entre eles é abaladas. Mas não só isso, a vida deles acaba sendo impactada pela jovem Shouko.

Alguns anos se passam e vemos Shoya Ishida um pouco mais velho, estudando numa escola e vivendo uma vida pacata e depressiva. Ele havia economizado dinheiro durante um tempo para pagar a sua irmã, pois esta havia desembolsado uma quantia grande quando descobriu que Ishida havia quebrado 8 aparelhos auditivos da jovem Shouko.

Já na adolescência Shoya Ishida acaba reencontrando Shouko Nishimiya. A menina descobre que o outrora desordeiro havia aprendido a linguagem de sinais e guardado o caderno de comunicação que ela usava quando criança.

A partir deste ponto o roteiro segue abordando temas profundos e trazendo reflexões acerca deles. Temas como a depressão, suicídio, bullying, deficiências e amizade. Ishida percebe como é difícil fazer amigos e no auge de sua depressão acaba bloqueando as pessoas que ele julga serem desprezíveis.



A vida de Shouko também é comovente, pois vemos as dificuldades enfrentadas por quem tem alguma deficiência. A menina possui dificuldades para aprender e, também devido ao despreparo das escolas, sofre para se enturmar e fazer amizades.

E se lá no Japão é assim, imagina aqui no Brasil.

Aos poucos novos personagens vão sendo inseridos e devidamente apresentados, como a irmã de Shouko, Yuzuru, que adota uma postura masculina para defender a irmã. Os personagens são bem apresentados e se enlaçam no roteiro de uma forma bastante coerente.

A trilha sonora da animação é um destaque, bem como os traços e a ambientação. Tudo ajuda o espectador a se aprofundar na mente de alguém que sofre de depressão, bem como nas dificuldades enfrentadas por alguém que sofre de deficiência, seja ela qual for. A animação, produzida pela Kyoto Animation, é excelente.

Por fim, é difícil não se emocionar com as 2 horas de duração do filme. Toda a abordagem dos temas é feito de uma forma doce e que mesmo causando reflexão não agride. Isso foi o que eu mais gostei, pois a experiência ao assistirmos algo tão bem feito, mas com temas delicados, precisa desta abordagem mais sensível.

Por se tratar de um drama o filme pode não agradar a todos, mas recomendo que vocês deem uma chance à animação. Koe no Katachi pode ser encontrado no Youtube já legendado. Deixo abaixo o trailer, que já é emocionante.




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